quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

CRIAÇÃO X CRIADOR



Nem toda criação é feita de amor,
mas crio e creio nas minhas ideias
e no parto sofrido de minha escrita.
Minha boca sabe sorrir enquanto
minha alma desfalece e chora, choraminga.
Boca com dentes cerrados são portas fechadas,
trancadas para ideologias em seus últimos suspiros.
Decretam a minha morte, tiram-me o ar...
Me pergunto: Com que direito?
Me respondo: Mania de querer ser Deus, onipotente!
Reflito: Nem todo criador é superior a criação,
e nem toda criação é arte reconhecida.
Então o artista e a obra se desencontram,
entram em perfeito desequilíbrio harmonioso,
pois a música nasce quando a boca anuncia as primeiras notas.
Em acordes de uma refrega e armas de resistência.
A arte, criação se move contra o criador,
ela resiste, persiste, ecoa e ressuscita.
Já o criador em sua genialidade viva cria e falece.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Uma balzaquiana a mais?


PARTE I

Nunca me preocupei de fato com a minha aparência; sempre foquei em estudar, trabalhar a mente; ler jornais, revistas, navegar na internet e conversar com pessoas sobre temas produtivos e interessantes.
Nunca fui a mais bonita da classe, aquela com o corpo incrivelmente delineado – a quem ache que fora desenhada por Deus, mas eu creio sinceramente que foi esculpida com muitas horas de malhação, poucas horas e porções de alimentação –, a qual chama a atenção de todos os olhares adolescentes famintos e vítimas de seu apetite hormonal monstruoso. Isso muito me agrada por um lado: agora após alguns anos as encontro na rua, algumas são mães de pimpolhinhos lindamente apentelhados (sim, a vaidade nostálgica se fora) e outras, ainda, incrivelmente bonitas, entretanto com um papo de dar dó – sabe quando elas simpaticamente decidem comentar (sem ninguém pedir a opinião) e logo após proferir as palavras ficam todos num cricri? É, ela deveria estar malhando suas curvas turísticas de “Pão de Açúcar”!
Sempre tirei boas notas, sempre fui admirada pelos professores, odiada pelas bonitas e gostosas (porque nenhum professor as elogiavam como a mim, exceto os professores taradões, os quais criminalmente em sua mente maliciosa pensam no resultado das operações em sexo, ou algo relacionado a isso) – acho que meu sonho não era ser admirada por sair em capa de revista de mulher pelada, tenho a certeza de que queria ser admirada por uma matéria inteligente publicada numa revista decente.
Os garotos também nunca me admiraram pelas estradas radicais que o tempo não construiu em mim, mas eu tenho recordações de que me divertia muito com o humor deles e de que a conversa sempre fluía agradavelmente, isso me deixava feliz - eles não pensam em mim como resultado operacional igual a sexo, embora tivesse todos os aparatos para isso, o que eu oferecia era minha forma de ser e pensar (avalio isso positivamente).
Hoje? Hoje em dia eu penso um pouco diferente, acho que se eu tivesse de alguém o resultado operacional igual as minhas adoráveis coleguinhas do Ensino Médio não seria uma mulher solteira, com quase trinta anos de idade - okay, não adianta mentir para os outros, eu saberei sempre dessa cruel verdade, tenho trinta e um anos de idade – e sem namorado, noivo, marido, ou qualquer relacionamento sério; será que eu sou mal amada? Será que eu não sei amar com eficiência? Logo, EUZINHA, a qual sempre busquei ser perfeccionista no meu trabalho, sou um exemplo de profissional!?
Depois de uma noite mal dormida, com olheiras daquelas parecidas com hematomas de uma luta de boxe, parei em frente ao enorme espelho que tenho no closet e ali permaneci...durante minutos...me analisando fisicamente e relembrando meus relacionamentos com final bem diferente daqueles romances água com açúcar, os quais a professora nos colocava carinhosamente goela abaixo – tudo bem, não vou ser hipócrita, eu bem que gostava de suspirar com aqueles enredos fictícios -, me diverti e sofri muito ao final das lembranças.

CONTINUA...

Comida


Vamos comer pra matar a fome
Da carne que peca
E que peca em vão
Vamos comer pra matar a sede
Que por falta de bebida
É de ficar, de ficar na solidão
Vamos comer e quem come
Come por prazer descontrolado
Come com gosto e compulsão
Quem come, quer comida
Afinal comida é pra ser comida
Com voracidade e com tesão

É sei que vai se identificar com esse poema, ele é para você! rs

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Contos?


Mulher tem aquela mania de acreditar que é uma princesa e que vive num conto de fadas. É, de certa forma, sempre a mesma história: sempre que a moça fica ‘caídinha’ de amor cria um príncipe encantado e perfeitinho – bem feito sua babaca, agora quebre a cara gostoso!
O slogan de uma mulher feliz e completa deveria ser: primeiro encontre no seu príncipe os defeitos, depois apaixone-se por eles, com toda certeza resolveria metade dos seus problemas.
E para os babacas canditados a papel de príncipe: está mais do que na hora de trocar as falas, não é mesmo? Fazem toda a merda do mundo, mentem da forma mais discarada, acham que ‘abafam’ na enrolaração, então a bela princesinha se enche da situação dá um pé (com salto) na bunda ( que pode até ser gostosa, mas não existe somente essa no mundo) do idiota.
E sabe o que é melhor? Tardiamente eles resolvem se encantar e mudam o texto para as mais belas sinceras juras de amor que nunca fizeram. Eu nunca vi falas e histórias depois do FIM dos contos de fadas, nessa altura a bela já trocou de livro!

sexta-feira, 15 de outubro de 2010


Gritos e vozes ecoam dentro de mim
Dialogam com as diversidades mundanas
Dois tempos e espaços diferentes
Interagem, discutem e se desentendem.
Minha oralidade parte nas palavras
O parto das ideias se fazem nas letras.
Alivio o meu eu ao contar, ao rascunhar,
Ao sonhar em ser poeta, versar...
Abro a minha mente e a minha boca
Para me perder e me encontrar
No meu universo interior
E no exterior que oprime o
Que reside tão fortemente no meu ser.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010


Quero encontrar a placa do fim,
Lá, almejo chegar...
Requebrar pelo caminho todas
as bagagens de ser mulher.
Honrar por aí as calcinhas
que um dia deixei de vestir.
Usar das pernas fortes
Para passo a passo além...
Olhos voltados ao horinzonte,
Maquiados a vontade de ser mais
Nas mãos os bojos do ser forte,
os bojos que cobrem seios
que latejam a vontade, o sangue,
a determinação e persistência.
Cobrimos o que deveríamos
despir, assim somos!
Mais ação nesse combate,
Mais saltos finos, mais classe,
Mais charme, mais poder...
Mais intensidade em duas peças!
Bandeira tremulando:
Calcinha e sutiãs,
Nossas armas, avante!

terça-feira, 5 de outubro de 2010


Simplesmente permita-se
Assuma-se o que é,
o que pretende ser
e seja sem freios
A nossa liberdade
começa ou termina
a medida que a delimitamos
Julgamentos existem
e são feitos constantemente,
portanto não se incomode
com o lado em que seus valores
se atraem mais, os pólos
existiram independente
do que vem a ser certo ou errado
Solidão é fato, somos
seres individuais e por
natureza egoístas...
Simplesmente seja!